Depoimento

Gabriel Monteiro recebia jovem ao som de desenho animado

Declarações foram dadas por ex-assessores do parlamentar

Futuro do vereador será decidido nesta quinta-feira (18).
Futuro do vereador será decidido nesta quinta-feira (18). |  Foto: Reprodução
  

Novas informações ditas nos depoimentos de assessores contra o vereador Gabriel Monteiro (PL), realizados para o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara do Rio, mostram que o parlamentar sabia que a jovem de 15 anos com quem teve relações sexuais era menor de idade. Inclusive, a menina era recebida em sua casa ao som de "Galinha Pintadinha" e ele chegou a visitá-la no colégio. 

Segundo Luísa Caroline Bezerra Batista, que fazia parte da equipe de produção dos vídeos de Monteiro para o Youtube, a menina frequentava corriqueiramente a casa do vereador e também participava das reuniões de edição, dando a sua opinião sobre os vídeos. Lá, ela era recebida ao som do desenho infantil.

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Outra testemunha que depôs contra o parlamentar foi o ex-editor de vídeos do vereador, Mateus Souza de Oliveira. Em seu depoimento, o ex-funcionário contou aos membros do Conselho de Ética que Gabriel chegou a ir no colégio da menina, um local perto de onde costumava cortar cabelo.

"Era uma escola particular. Inclusive, a gente já foi lá algumas vezes, porque o recreio dela... o colégio é vizinho de um centro comercial. O Gabriel cortava o cabelo lá (...) a gente estava passando lá e ele viu a garota. A garota ficou até meio sem graça. E ele virou para os amiguinhos e falou 'aquela lá é a minha namorada. Aquela lá é minha namorada'. Aí, a (adolescente) até pediu desculpas, depois, por não ter falado com ele, porque não queria que os demais soubessem", contou o ex-assessor.

A menina era recebida em sua casa ao som de "Galinha Pintadinha".

Mateus ainda revelou que a jovem não era a única menor a ir até a residência do parlamentar. Outras adolescentes compareciam ao local vestindo uniforme escolar. Esse era um fato vangloriado por Monteiro, conforme apontou  o editor de vídeos.

Algumas delas iam até de uniforme lá. O próprio Gabriel mostrava para a gente que as garotas eram bem novas. Inclusive tratava isso como um grande feito na vida dele. Falava que a gente não conseguiria fazer aquilo ali nunca, porque ele é famoso, rico, bonito. Mateus de Oliveira, Ex-assessor
  

Os trechos dos depoimentos foram revelados na noite deste domingo (14) pelo Fantástico, da TV Globo. Diante do que foi apresentado por testemunhas, o Conselho de Ética votou, na última quinta-feira (11), pela cassação do mandato do vereador. A decisão foi unânime. No total, sete vereadores participaram da votação.

Contudo, a medida será colocada em votação no Plenário da Câmara, que está marcada para esta quinta-feira (18). Para que Monteiro tenha o mandato cassado, serão necessários 34 votos dos vereadores. Caso seja afastado dos seus deveres parlamentares, Gabriel perde todos os seus direitos políticos. No entanto, devido ao prazo do registro de candidatura, o parlamentar pode concorrer às eleições de 2022.

Defesa

A relação entre Monteiro e a menor de idade virou inquérito policial na 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes). O parlamentar já havia sido indiciado por crime sexual previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente e depois virou réu por ter filmado a relação com a jovem de 15 anos. 

Gabriel Monteiro já havia revelado, em seu depoimento, que grava as suas relações sexuais, incluindo com a jovem de 15 anos, para se precaver de denúncias sobre estupro. O vereador também alega que não sabia da idade da menina pois ela teria mentido afirmando que seria maior de idade.

Através de suas redes sociais, o vereador contestou a TV Globo sobre a veiculação dos depoimentos.

"O Fantástico é tão sujo que omitiu minha absolvição pelo CE de abuso sexual, moral e estupro. Irei processar, a perícia provou que eu não passei a mão no peito da garota. O laudo de estupro também não apontou nenhum indício contra mim. Já são 110 matérias contra mim pela Globo", publicou.

A defesa do parlamentar disse que respeita a decisão do Conselho de Ética, mas afirma que o relatório final não considerou as provas apresentadas. Segundo os advogados, houve parcialidade do relator, que é o vereador Chico Alencar (Psol). A defesa entrou com um recurso na Comissão de Justiça e Redação nesta segunda-feira (15) contra a decisão do Conselho de Ética. 

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